Receitas ciganas
BOLO LIBANITZA (CIGANO)
Autora da receita: Rosaura Fraga
3 e ½ chávenas de farinha de trigo com fermento
2 chávenas de amido de milho
1 chávena de açúcar refinado
1 colher chá de aroma de baunilha
3 ovos batidos
1 chávena de leite
100g de manteiga à temperatura ambiente
Recheio
1 lata de leite condensado
½ chávena de açúcar
1 colher de sopa de manteiga
3 ovos
1 colher de chá de aroma de baunilha
50g de queijo parmesão ralado
200g de ricota picada
50g de coco ralado desidratado
Modo de preparação
Autora da receita: Rosaura Fraga

2 chávenas de amido de milho
1 chávena de açúcar refinado
1 colher chá de aroma de baunilha
3 ovos batidos
1 chávena de leite
100g de manteiga à temperatura ambiente
Recheio
1 lata de leite condensado
½ chávena de açúcar
1 colher de sopa de manteiga
3 ovos
1 colher de chá de aroma de baunilha
50g de queijo parmesão ralado
200g de ricota picada
50g de coco ralado desidratado
Modo de preparação
1. Numa taça misture a farinha, o amido, o açúcar, a baunilha e abra uma cova, junte a manteiga, ovos batidos e o leite, amasse inicialmente com a colher e depois com a mão até obter uma massa muito macia.
2. Junte mais farinha aos poucos, para ficar com consistência de massa de modelar, húmida.
3. Coloque numa forma pequena.
4. Espalhe a massa no fundo e laterais da forma, até o topo da borda,
passe a mão pela farinha que ajuda a espalhar bem.
5. Bata todos os ingredientes do recheio, com a varinha mágica.
6. Coloque o recheio na forma sobre a massa.
7. Coloque no forno, pré-aquecido, a uma temperatura média/baixa cerca de 40 minutos, vai sair líquida e só depois de fria é que fica pronta a desenformar e cortar.
Casamento
"Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias. O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça, por isso o casamento com os não ciganos, “gadjés”, não são permitidos em hipótese alguma. Quando isso ocorre a pessoa é excluída do grupo. É através do casamento que os ciganos entram no mundo dos adultos. Os noivos não podem ter nenhum tipo de intimidade antes do casamento. Quando o casamento ocorre, durante três dias e três noites, os noivos ficam separados dando atenção aos convidados, exclusivamente na terceira noite é que podem ficar pela primeira vez a sós. Mesmo assim, a grande maioria dos ciganos, ainda exigem a virgindade da noiva. A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão de pagar uma indemnização aos pais do noivo. No caso da noiva ser virgem, na manhã seguinte ao casamento, ela veste-se com uma roupa tradicional, colorida e um lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher casada. Durante a festa de casamento, os convidados homens, sentam-se ao redor de uma mesa no chão com um grande pão sem miolo. Os presentes dos noivos em dinheiro ou em ouro, são colocados dentro do pão ao mesmo tempo que os noivos são abençoados. Em troca recebem lenços e flores artificiais para as mulheres. Geralmente a noiva é paga aos pais em moedas de ouro. A quantia é definida pelo pai da noiva."
Nascimento
"Uma criança é sempre bem vinda entre os ciganos. O favoritismo é para os filhos homens, para dar continuidade ao nome da família. A mulher cigana é considerada impura durante os quarenta dias de resguardo após o parto. Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão feito em casa, semelhante a uma hóstia e um vinho para oferecer ás três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia para designar a sua sorte. Esse pão e vinho serão repartidos no dia seguinte com todas as pessoas presentes, principalmente com as crianças. Da mesma forma e com a finalidade de espantar os maus espíritos, a criança recebe um patuá assinalado com uma cruz bordada ou desenhada contendo incenso. O baptismo pode ser feito por qualquer pessoa do grupo e consiste em dar o nome e benzer a criança com água, sal e um galho verde. O baptismo na igreja não é obrigatório, embora a maioria opte pelo baptismo católico."
Gastronomia
Alguns pratos:
"Armianca: Salada de alface e tomate (em rodelas) com champignon; queijo de cabra,
cenoura, beterraba (em pedaços) e berinjela frita (em tiras). Enfeitar com passas de uva,
raminhos de hortelã e pétalas de flores.
Assados: Pernil de carneiro (Bakró); Pernil de leitão (Baló); Cabrito Frito com arroz e
brócolos (ou lentilha ou nozes); e/ou roletas de carne bovina ou frango com pedaços de
cebola, pimentão (verde e amarelo) e tomate.
Brynza: Queijo de Cabra (cru ou frito).
Chivuisa: Destilado à base de trigo (espécie de Aguardente).
Civiaco: Torta salgada ou doce.
Cozido Manouche: feijões vermelhos grandes, pedaços de carne e de ossos de pernil de
porco, alhos-porós em pedaços, salsa com as folhas em pedaços, alhos comuns inteiros
com casca, cenouras e batatas cortadas em pedaços grandes, sal e pimenta-do-reino (moída
na hora) a gosto; arroz branco que deve ser incorporado na última etapa do cozimento.
Goulash: Cozido de arroz, batata, pedaços de carne bovina e páprica ardida.
Malay: Pão de Milho.
Manrô/Kolako: Pão redondo de Farinha de Trigo.
Mamalyga: Polenta.
Naut: Grão de Bico com linguiça.
Paprikach: costela defumada (bovina ou suína) e bacon ao molho vermelho de tomate e
pimentão com batatas pequenas, cozidas (na casca) e páprica doce.
Papuchá: Pirão de Milho.
Sifrite: Ponche de Frutas com Champanhe, Vinho e/ou refrigerante. Enfeitar com pétalas
de rosa.
Sarmá: Arroz com lentilha, carne seca desfiada e nozes.
Sarmy/Salmava: Charutos ou Rolinhos feitos em folha de repolho recheados com lombo
ou carne bovina moída, azeitonas, bacon e molho dourado; e/ou em folha de uva com
recheio de bacalhau.
Tchaio/Kavi: Chá Cigano feito com Chá Preto ou Mate com pedaços de frutas (maçã:
felicidade; uva fresca: prosperidade; passa de uva ou ameixa: progresso; morango: amor;
damasco: sensualidade; pêssego: equilíbrio pessoal; limão: energia positiva e purificação da alma). Fazer o chá em água fervente e deixar amornar. Colocar as frutas maceradas,
misturar bem, coar e beber.
Varenyky: Pastel cozido podendo ser doce (recheado com uva) ou salgado (recheado com
batata ou queijo de cabra).
Vinho: Vinho tinto."
Outros aspetos da cultura cigana
O povo cigano tem geralmente a pele mais escura, as mulheres
têm o cabelo comprido e usam saias compridas e os homens deixam crescer a
barba.
Quando estes estão de luto, as mulheres ciganas vestem roupa
preta, usam um lenço preto na cabeça e “carregam” o luto para toda a vida, os
homens privam-se de festas, de ouvir música, de ver televisão e o tempo de luto
depende do grau de parentesco.
A família tem um papel fundamental ao nível da organização e
estruturação da comunidade cigana. Os mais velhos têm uma função de
conselheiros, a mulher encarrega-se pela educação dos filhos e das filhas até
ao casamento e é responsável também pela transmissão dos valores éticos e
culturais, as irmãs mas velhas raramente frequentam a escola para tomar conta
dos irmãos mais novos e ajudar a mãe nas tarefas domésticas, a autoridade
pertence ao homem, dedicam-se ao trabalho e os rapazes ficam mais tempo na
escola.
A comunidade cigana
tem um dialecto que é o Romanon, mas que está em desuso pois só os mais velhos
sabem falar nessa língua.
É importante de salientar também que desde há muito tempo que
a população portuguesa cria um estereótipo sobre a comunidade cigana, pois é
frequente ouvirmos dizer que os ciganos soa de má fé, destroem tudo, roubam e
assaltam, embora não seja totalmente verdade, porque não são só os ciganos que
fazem todas estas coisas negativas, há muitos outros portugueses que também o
fazem. (Comunicação social)
Em relação ao casamento, as raparigas casam muito novas, por
volta dos 13 anos, quando nascem já têm um marido destinado, apesar destas
ainda poderem dizer que não, já os rapazes não têm qualquer direito sobre este
assunto, o casamento dura cerca de 3 a 4 dias e depois do casamento, a mulher
já não pode frequentar a escola, embora os homens possam.
Origem do povo cigano
Embora não haja certezas, pensa-se que a etnia cigana veio do nordeste da Índia ou do Egipto;
Estes povos saíram da sua terra de origem a partir do séc. III devido à fome, às guerras e à necessidade de procurar melhores condições de vida;
Durante vários séculos estabeleceram-se no Irão que foram muito apreciados pelos reis pelas suas danças;
O povo cigano entrou em território português na segunda metade do séc. XV
Em 1526, no tempo de D. João III, apareceram as primeiras queixas contra este povo, assim foi formulada uma lei recusando a entrada deste povo e a expulsão dos que já se encontravam no território português;
Em 1573 foi estabelecido um prazo de 30 dias para a saída do povo cigano;
Em 1592, houve um agravamento da situação, apesar do prazo aumentar para 4 meses, aqueles que não obedecessem a esse prazo podiam ser condenados à morte;
Só no ano de 1822 é que o Estado Português reconheceu-os como cidadãos portugueses, pois até à data, estes eram considerados um povo apátrida, ou seja um povo sem nação;
Mas até ao 25 de Abril de 1974, existia também uma lei que impedia a comunidade cigana, a permanência no mesmo local por um período superior a 24 horas.
Estes povos saíram da sua terra de origem a partir do séc. III devido à fome, às guerras e à necessidade de procurar melhores condições de vida;
Durante vários séculos estabeleceram-se no Irão que foram muito apreciados pelos reis pelas suas danças;
O povo cigano entrou em território português na segunda metade do séc. XV
Em 1526, no tempo de D. João III, apareceram as primeiras queixas contra este povo, assim foi formulada uma lei recusando a entrada deste povo e a expulsão dos que já se encontravam no território português;
Em 1573 foi estabelecido um prazo de 30 dias para a saída do povo cigano;
Em 1592, houve um agravamento da situação, apesar do prazo aumentar para 4 meses, aqueles que não obedecessem a esse prazo podiam ser condenados à morte;
Só no ano de 1822 é que o Estado Português reconheceu-os como cidadãos portugueses, pois até à data, estes eram considerados um povo apátrida, ou seja um povo sem nação;
Mas até ao 25 de Abril de 1974, existia também uma lei que impedia a comunidade cigana, a permanência no mesmo local por um período superior a 24 horas.
A Bandeira
A Bandeira como está foi instituída como símbolo internacional de todos os ciganos do mundo no ano de 1971, pela International Gypsy Committee Organized, no First World Romani Congress( primeiro congresso mundial cigano), realizado em Londres.
SIGNIFICADO:
Roda vermelha:
Simboliza a vida, representa o caminho a percorrer e o já percorrido, a tradição como continuísmo eterno, se sobrepõe ao azul e ao verde com seus aros representando a força do fogo, da transformação e movimento;
Azul:
Representa os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando a libertação e a liberdade;
Verde:
Representa a mãe natureza, a terra, o mundo orgânico (subterrâneo), a força e a luz do crescimento vinculado com as matas, com os caminhos desbravados e abertos pelos ciganos. Representa o sentimento de gratidão e respeito pela terra, o que ela nos oferece, de preservação pela natureza. Simboliza também a relação de respeito por tudo que ela nos oferece proporcionando a sobrevivência do homem e a obrigação de ser respeitada pelo homem que dela retira seus suprimentos, devendo mante-la defesa.
Lenda da Origem dos Ciganos
Num país onde o Sol aparecia por detrás de uma obscura montanha, havia uma cidade enorme e fantástica, cheia de cavalos.
Há muitos séculos atrás, todos os povos da Terra viajavam para esta tal cidade, a cavalo ou a pé, porque todos lá eram sempre muito bem recebidos.
Entre aqueles viajantes, encontravam-se algumas das nossas tribos ciganas que foram muito bem acolhidas pelo soberano da cidade, que ficou admirado de ver cavalos tão bem cuidados e propôs aos ciganos que ficassem em suas terras.
Nossos mulós (mortos, ou o espírito morto) aceitaram a proposta e colocaram as suas tendas naqueles campos férteis.
Aí viveram durante muito tempo olhando agradecidos a tenda azul dos céus.
Mas o ananke (destino) ou os espíritos do mal não aceitava a felicidade do povo cigano e num triste dia chegaram os jutsi(soldado cavaleiro), que atearam yéqui (fogo) às tendas e, além de matar os homens, levaram as mulheres e as churumbeles (crianças) como escravas.
Sem dúvida, muitos ciganos escaparam da matança, mas desde essa época, não se atrevem a permanecer muito tempo no mesmo lugar.
Nota: Segundo o autor desta lenda, António Martinez, cigano Andaluz e advogado, as pesquisas linguística e os antropólogos defendem que “esse país” a que a lenda se refere parece ser a misteriosa Índia.
(p.27)
Projeto Nómada / ICE (2004). Ciganos Aquém do Tejo
Há muitos séculos atrás, todos os povos da Terra viajavam para esta tal cidade, a cavalo ou a pé, porque todos lá eram sempre muito bem recebidos.
Entre aqueles viajantes, encontravam-se algumas das nossas tribos ciganas que foram muito bem acolhidas pelo soberano da cidade, que ficou admirado de ver cavalos tão bem cuidados e propôs aos ciganos que ficassem em suas terras.
Nossos mulós (mortos, ou o espírito morto) aceitaram a proposta e colocaram as suas tendas naqueles campos férteis.
Aí viveram durante muito tempo olhando agradecidos a tenda azul dos céus.
Mas o ananke (destino) ou os espíritos do mal não aceitava a felicidade do povo cigano e num triste dia chegaram os jutsi(soldado cavaleiro), que atearam yéqui (fogo) às tendas e, além de matar os homens, levaram as mulheres e as churumbeles (crianças) como escravas.
Sem dúvida, muitos ciganos escaparam da matança, mas desde essa época, não se atrevem a permanecer muito tempo no mesmo lugar.
Nota: Segundo o autor desta lenda, António Martinez, cigano Andaluz e advogado, as pesquisas linguística e os antropólogos defendem que “esse país” a que a lenda se refere parece ser a misteriosa Índia.
(p.27)
Projeto Nómada / ICE (2004). Ciganos Aquém do Tejo
Apresentação
Olá,
nós somos a turma de 3º ano, da Escola Básica Caneira, do Montijo.
Para disciplina de Estudo do Meio, criámos este blog, como trabalho de projeto, com o objetivo de partilhar online, com toda a comunidade, o que aprendemos sobre a cultura cigana.
nós somos a turma de 3º ano, da Escola Básica Caneira, do Montijo.
Para disciplina de Estudo do Meio, criámos este blog, como trabalho de projeto, com o objetivo de partilhar online, com toda a comunidade, o que aprendemos sobre a cultura cigana.
Da cultura cigana, iremos abordar alguns dos seus costumes como o casamento, a gastronomia, o vestuário, entre outros.
Esperemos que gostem!
Esperemos que gostem!
Subscrever:
Mensagens (Atom)